Sim, é possível ser feliz com LES!


    O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença inflamatória, crónica e, provavelmente, autoimune. É uma doença que afeta na sua maioria mulheres jovens. O LES manifesta mais comummente através de dores nas articulações, má circulação nas extremidades, exantemas malares, problemas renais ou do sistema nervoso central, bem como citopenia (diminuição de um certo grupo de células sanguíneas) hematológica. Sendo uma doença crónica, o LES não tem cura, mas é possível controlar a doença.
    Há uns anos conheci a Joana e só há bem pouco tempo é que soube que ela tem LES. A Joana é uma miúda incrível: mãe de uma pequenina fantástica, psicóloga, mulher, sorridente, divertida. E sim, a Joana é tudo isto e muito mais, e também tem LES. Há uns tempos pedi-lhe se escrevi um pequeno testemunho aqui para o blog e ela aceitou! Por isso, deixo-vos agora com as palavras dela.

"Ora bem…. Este desafio partiu de uma menina que entrou directamente para o meu coração. E porquê é um desafio para mim? Eu não tenho jeito para escrever e escrever é reviver momentos menos bons mas que me fizeram crescer como pessoa e ver a vida de outra forma.

Ter LES (Lúpus) não é fácil, mas é possível viver com ele! Fui diagnosticada com LES quando tinha 27 anos e já convivemos há 10 anos. Nos primeiros tempos não me foi difícil de aceitar, porque não sabia bem o que era e até porque não sabia as implicações e limitações que me ia trazer para a vida. Passei a ter um lema para mim, que só podia chorar/lamentar durante 5 min. por dia, o resto do tempo era para lutar.

Nos últimos anos tem sido mais difícil de aceitar, porque as limitações estão mais presentes. E quais são as minhas limitações? Em termos de alimentação não como com sal (o que é difícil de comer fora de casa e em casa dos amigos e familiares) e só como carnes brancas, fisicamente canso-me com mais facilidade - a dita fadiga (normalmente as outras pessoas não percebem). Diariamente não me lembro que sou uma doente crónica, tirando os dias que tenho que fazer análises e as idas ao médico. Apesar de tomar medicação diária, não me custa e no meu caso ainda bem que existe, porque me ajuda a não ter dores nas articulações.

Há cerca de 3 anos aconteceu o meu pequeno milagre, fui mãe de uma menina saudável e muito traquina. A gravidez foi vivida com algumas preocupações e receios, mas no fim correu tudo bem no final."

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