Acompanhar a pessoa em fim de vida

    

    Acompanhar a pessoa em fim de vida nem sempre é fácil. Desperta em nós o sentido do cuidar, do respeito, do estar, da morte. Confesso que existe uma grande mistura de sentimentos e emoções. Por um lado, a revolta por não podermos fazer mais, por sabermos que aquela pessoa vai partir dentro de uns dias ou meses, versus o sentimento de felicidade por poder acompanhar e estar presente e dar qualidade aos últimos tempos de vida de alguém.

    Há uma coisa que queria salientar... há momentos em que temos de saber parar. Isto é, parar de fazer procedimentos, parar de causar mais algum sofrimento. Simplesmente parar. Porque nesta fase, por vezes estamos a fazer as coisas para nossa própria consciência e não porque a pessoa realmente tem necessidade disso. É nesta fase que temos, ainda mais, de colocar a pessoa e o seu conforto e bem-estar à frente do nosso. 

    A pessoa em final de vida, muitas das vezes, só quer que estejamos lá. Estar, em silêncio, sem fazer perguntas, sem forçar conversas. Apenas estar. Só o sentimento de saber que não se está sozinho enche o coração. 

    Por isso, apenas temos de estar ao lado da pessoa em fim de vida e aproveitar ao máximo cada momento com ela. Deixá-la comer o que quiser, não insistir para que coma ou faça isto ou aquilo, deixar que seja feliz. Isso é o mais importante!

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