Os consagrados, no momento dos seus votos ou da sua profissão perpétua, fazem os votos da castidade, pobreza e obediência. Mas sabes o que significam mesmo estes votos? Continua a ler para descobrires.
Atrevo-me a começar pelo voto da castidade que é, talvez, o voto que mais confusão faz às pessoas. Para muitos, o voto da castidade significa uma proibição. A proibição de amar alguém, de constituir família, de ter relações sexuais. Então e se eu vos disser que o voto da castidade não é uma proibição, mas sim uma liberdade? Pensem comigo. Nós, leigos, que não fazemos estes votos, podemos ter uma relação com outra pessoa, constituir família com ela e fazer crescer essa família. Escolhemos amar uma pessoa com todo o nosso amor. Escolhemos isso e somos livres de o fazer. Já os consagrados têm a grande liberdade de escolher amar aqueles que não conhecem o amor. E não o fazem só com uma ou duas pessoas, mas com todo o ser humano que se cruzar no caminho deles. Escolhem amar o outro, mesmo sem o conhecer. E este amor abrange tantos outros corações carentes de amor. São capazes de constituir uma família tão grande e com relações tão fortes que este amor não pára de crescer e de se multiplicar. Já tinhas pensado nisto? No quão bonito é este voto?
Outro dos votos que faz muita confusão às pessoas é o voto da pobreza. "Sim, sim, pobreza.Por isso é que a Igreja é bastante rica!" Não é isto que muitos pensam? Que este voto é uma treta? O voto da pobreza significa que não é preciso muito, para ser feliz, porque o mais rico do mundo não é o mais caro. As melhores coisas da vida não custam dinheiro! E os consagrados escolhem viver com esse pouco que, na realidade, é muito, porque enriquece muito mais do que dinheiro. Ainda acham uma treta viver com o mínimo para sobreviver e ser-se tão rico porque se conhecem sorrisos, olhares, abraços, palavras e corações?
Por último, o voto da obediência. Então, mas voltamos aos tempos da escravidão? Um manda e o outro baixa as orelhas e obedece? Não! Os consagrados obedecem a Deus no sentido em que confiam nas Suas escolhas e pintam o caminho juntamente com ele. Recordem lá a vossa infância. Quando estávamos a aprender a escrever, os pais ou professores colocavam a mão deles em cima da nossa, para nos ajudarem a fazer bem as letras. Mas a força da mão deles não nos impedia de guiarmos nós o lápis. Muito pelo contrário, nós confiávamos na mão deles e sentíamos a confiança para escrever com mais força. Isto é o voto da obediência: confiar na mão de Deus e no que Ele tem escrito para nós e darmos cor e forma a este desejo de Deus. Ele pensa, nós confiamos e damos cor e forma a tudo.
No final de tudo isto, digam-me lá se não concordam comigo. Estes votos também nós os devemos fazer na nossa missão da vida: amar o outro, sem olhar a raças, culturas ou riquezas. Amar olhando corações. Enriquecer com o melhor da vida, porque esse é gratuito. E confiar na mão de Deus, dando cor à nossa vida.
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