Para mim, falar de Fé ou de Deus, Jesus, é sempre difícil, mas o desafio foi falar sobre a Fé e de como esta me ajuda a ultrapassar a doença da Matilde... Para mim, a Fé é como o ar que respiramos: não o vemos, mas sabemos que dependemos dele para viver...sem Fé também não conseguimos acreditar em Jesus.
Claro que, perante uma adversidade inesperada, quem é que não treme e não sente a sua Fé abalada...e se pergunta: será que acredito mesmo?
Anjos sem asas...desde as enfermeiras, até alguém que está de férias e vai ao hospital para me explicar o que é tudo aquilo para um bebé e o porque de estar internada na neonatologia. Mais tarde, alguém a quem ligava a qualquer hora do dia e da noite. Anjo de nome Paulo Freitas (enfermeiro) e me atendia sempre. E mais tarde, as terapeutas do Hospital de São João. Já para não falar no apoio e na retaguarda familiar. Todos foram e são importantes, e sabem quem são.

Claro que houve momentos em que rezei muito a Nossa Senhora de Fátima, pois acredito muito no seu poder e nesse lugar mágico...e posso afirmar que alguns anjos continuam a existir na vida da Matilde. Na escola e no seu dia-a-dia. Todos os que acreditam nela, não desistem dela e nos ajudam mas, sobretudo, a ajudam.
A minha Fé existe porque Deus nos dá, não quando pedimos, mas quando precisamos, e assim têm sido as vitórias da Matilde. Ganhamos algumas batalhas e, para continuar a ganhar, temos de acreditar. A Fé sente-se, vive-se nestas pequenas alegrias e nos pequenos milagres. Como costumo dizer, o mar é imensos e também podem ser assim os corações dos homens e mulheres. A perseverança e resiliência são Fé, mesmo quando os nossos planos e sonhos desaparecem...resta-nos ir em frente, acreditar e nunca baixar os braços.
Bárbara Silva, mãe da Matilde, 9 anos, Distrofia Miotónica de Steinert

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