Deus na minha vida



“Sobe o primeiro degrau com fé. Não é necessário veres a escada toda. Dá apenas o primeiro passo”. Martin Luther King


Eu sinto a presença de Deus na minha vida, todos os dias, no Sol, no vento, no mar, nas nuvens, na lua, no amanhecer e no anoitecer.
Deus está presente nas minhas orações, quando me dirijo a ele e a todas as pessoas que amo e que estão na sua presença. Está presente nas minhas ações, nas minhas palavras e nos meus pensamentos. Consigo vê-lo quando olho para a minha família, para o meu filho e para os meus amigos. Deus é amor!

Sempre tive Deus presente na minha vida, porque sempre me rodeei de pessoas que me falavam dele e alimentavam a minha fé. O meu pai ensinou-me a rezar e, quando atingi os 6 anos de idade, as minhas excelentes catequistas continuaram o trabalho que ele iniciou.
Todo o meu percurso na catequese foi pautado por dúvidas acerca de Deus e da minha religião, no entanto, era na oração que encontrava paz e tranquilidade para agradecer os dias bons e para suportar os dias menos bons. Só mais tarde, consegui encontrar algumas definições do que é para mim sentir Deus e amá-lo. E encontrei-as no voluntariado.



“Mãos que servem são mais santas que lábios que rezam”. Madre Teresa de Calcutá


Após alguns anos a dar catequese, que também é uma forma muito bonita de se fazer  voluntariado, decidi arriscar e por à prova a minha fé em Deus, contactando com realidades muito difíceis e diferentes da minha. Foi na“Procuradoria das Missões Claretianas”, que me proporcionaram visitas regulares a doentes acamados da minha freguesia, e também um mês de voluntariado missionário em São Tomé e Príncipe. Para além desta instituição, fiz também voluntariado na unidade de Oncologia pediátrica do Hospital de São João, pela “Cor é Vida”.

Acreditar em Deus nos bons momentos é fácil, difícil é crer Nele quando as adversidades nos batem à porta. É por isto e muito mais que o voluntariado é uma prova de fé, é um crescimento na fé, é a doação do nosso “eu” aos outros, sem esperar nada em troca. A felicidade no rosto das pessoas que ajudamos basta e faz com que venhamos embora e continuemos a nossa vida com o nosso objetivo bem traçado...ser feliz e viver cada dia como se fosse o último.

Por vezes não é fácil explicar o porquê de fazer voluntariado. Posso apenas responder que é onde me encontro, onde me conheço e onde busco sentido para a vida em humanidade.


 “ Às vezes sentimos que o que fazemos é só uma gota no mar, mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.” Madre Teresa de Calcutá


 Há uma ótima definição, na qual me revejo, do querido S.João Paulo II:
“A caridade representa a forma mais eloquente de evangelização porque, ao responder às necessidades corporais, revela aos homens o amor de Deus, providente e pai, sempre solícito por cada um. Não se trata de satisfazer apenas as necessidades materiais do próximo, como a fome, a sede, a carência, as curas médicas, mas de fazer com que conheça de maneira pessoal a caridade de Deus. Através do Voluntariado, o cristão torna-se testemunha desta caridade divina; anuncia-a e torna-a tangível com intervenções corajosas e proféticas. 
Não é suficiente ir ao encontro de quem vive dificuldades materiais; é preciso responder, ao mesmo tempo, à sua sede de valores e de respostas profundas. É importante o tipo de ajuda que se oferece, mas mais importante é o sentimento com que ela é dada. Quer se trate de microprojetos ou de grandes realizações, o Voluntariado está chamado a ser, em qualquer caso, escola de vida sobretudo para os jovens, contribuindo para os educar para uma cultura de solidariedade e de acolhimento, aberto ao dom gratuito de si.
Quantos voluntários, ao empenhar-se corajosamente pelo próximo, conseguem descobrir a fé! Cristo, que pede para ser servido nos pobres, fala ao coração de quem se põe ao seu serviço. Faz experimentar a alegria do amor abnegado, amor que é fonte da verdadeira felicidade(...).”

Em Fevereiro deste ano, Deus voltou a por-me à prova e atribuiu-me uma nova missão, a missão mais importante na vida de uma mulher: ser mãe. Há uma razão pela qual Deus me deu esta recompensa. Ele sabia que eu era a única pessoa que podia dar todo o amor e orientação ao meu filho. 


 “Os filhos são uma herança do Senhor, eles são a sua recompensa.” (Salmo 127:3).


Assim como Maria, passei por momentos de incerteza, frustração e medo, mas Deus só atribui as grandes batalhas aos seus melhores guerreiros e sempre me mostrou que uma boa mãe não é necessariamente perfeita.


“(...) Naquele instante, Maria parece-se como uma de tantas mães do nosso mundo, corajosas até o extremo quando se trata de acolher no próprio ventre a história de um novo homem que nasce. (...) Todos nós A amamos como Mãe. Não somos órfãos, todos temos uma mãe no céu”. Maria ensina-nos a virtude da espera, mesmo quando tudo parece sem sentido, pois confia no mistério de Deus. Nos momentos de dificuldade, que Maria possa sempre amparar os nossos passos, possa sempre dizer ao coração: levanta-se, olhe para frente, para o horizonte. Ela é Mãe de esperança.” 
Papa Francisco


Maria era grata a Deus pela felicidade que lhe deu e era humilde no reconhecimento dos seus defeitos. Esta atitude fez com que se mantivesse sempre próxima Dele e superasse todos os desafios da maternidade. Foi assim também que procurei ser sempre, apoiando-me em Maria e no seu exemplo, rezando-lhe para que me ajudasse a ser boa mãe.

          Ser mãe faz com que nos doemos, como nunca antes, a um ser que depende de nós a todo o instante, que é carne da nossa carne, sangue do nosso sangue. Faz com que nos aproximemos mais de Deus e lhe peçamos que esteja sempre presente na vida do nosso filho, principalmente quando não estamos por perto.


Cláudia Costa | 26 anos | Douro

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