Quando vamos de viagem fazemos um caminho de preparação para a mesma. Fazer a mala, ver o itinerário, ver o dinheiro necessário, comprar as viagens, ver com quem fazer a viagem, falar sobre ela e ir.
Para mim, a Quaresma não é, nada mais nada menos, que o caminho de preparação para a grande viagem que é a vida e a fé.
Tal como Jesus e como o povo de Deus, durante estes dias vamos preparando-nos. Em primeiro lugar, é importante parar e perceber onde é que estamos. Como eu gosto de dizer, é o tempo de colocar todas as cartas em cima da mesa. Perceber quem somos, o que fazemos e em que ponto está a nossa vida e a nossa fé. Este é o ponto de partida da nossa viagem.
Depois de definirmos o nosso ponto de partida, é preciso perceber o que queremos conseguir, ou seja, o nosso ponto de chegada. Aí, é essencial perguntar «Quem quero ser?», «O que quero mudar ou conseguir?», «Quais são os meus objetivos?».
Tendo tudo isso definido, chega a altura de fazermos a nossa mala. E, para que o peso da mochila possa ser aceite no check-in, é preciso ponderar muito. Que valores e atitudes quero colocar na minha mochila interior? Que valores e atitudes pesam demais e quero retirar? Que jejum quero fazer? Tudo porque a nossa mochila mais importante é o nosso coração, o nosso eu.
E aí, depois de colocar a mochila às costas, é tempo de perceber quem queremos levar connosco na caminhada e aquilo que queremos ir fazendo durante o caminho, para que este tenha sentido. É tempo de oferecermos a nossa melhor esmola e o nosso melhor jejum: darmo-nos aos outros, colocando-os em primeiro lugar.
Mas, para que todo este caminho tenha sentido, é essencial que o nosso tempo de oração, isto é, o nosso tempo para e com Ele, seja intenso e honesto.
Assim, faremos bem a nossa Quaresma e estaremos preparados para o grande momento da morte e ressurreição: a Páscoa.
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