Dia 10 - Emoções (JMJ Cracóvia 2016 - 29/07/2016)

    Hoje dividi-mo-nos em dois grupos após a viagem de comboio. O meu grupo começou por visitar a Igreja de São José.
Uma igreja simples e bonita, onde pudemos dedicar um pouco do nosso tempo a Deus. Mas gostei mais do convívio que tivemos no exterior, junto a uns aspersores de água que nos aliviavam o calor. Dois pequenitos acharam piada a molhar o Adão e sorriam, felizes, por vê-lo interagir com eles. Porque as JMJ também é admirar e contemplar as pequenas coisas da vida.



    Após isto, seguimos caminho até ao castelo, onde protagonizamos um grande momento em grupo. Desta vez, os aspersores estavam no chão, e o calor aumentava significativamente. Visto que connosco ninguém fica para trás, formamos uma fila atrás da cadeira de rodas e corremos rumo aos aspersores. Encharcados, refrescados e felizes provamos que o que importa é participar.
    Já após o almoço, com a tshirt tuga em oração pela Síria vestida, desloca-mo-nos para o Parque Blonia. Enquanto aguardávamos pela Via Crucis, o grupo ia-se juntando, e até a cadeira de rodas levamos para dentro. Também a Anabela tinha de lá estar connosco. Muitos eram os peregrinos de vários países que nos abordavam relativamente à tshirt e pediam para tirar fotos. Realmente basta um gesto tão simples para alertar as pessoas e criar uma onda de oração incrível. E com isto iniciamos a Via Crucis! Foi uma cerimónia intensa e recheada de emoção. Primeiro, ao ver os meus amigos cubanos a carregar aquela cruz, senti que nas suas mãos ia também o meu coração. E percebi que por mais pesada que seja a cruz que carregas, Deus sabe que és capaz de a suportar.







    Também as encenações que reforçavam as diversas mensagens me deixavam de boca aberta. Mas mais que isso, tocou-me a homilia do Papa. Pergunta-nos ele o que tantas pessoas não crentes nos perguntam: Onde está Deus? Onde está Deus no meio da guerra, da fome, dos desastres, da pobreza, da doença? E a resposta o Papa deu-nos serenamente: Deus está neles. Porque foi Jesus que aceitou identificar-se com estas pessoas que sofrem. E fez-lo ao aceitar percorrer o caminho da Cruz, isto é, o caminho do Amor. Penso que ninguém ficou indiferente a estas palavras que reforçavam o convite de Deus para sermos servidores de misericórdia. Eu, pelo menos, não fiquei indiferente. Já o fazia antes, e agora, só aumentou a vontade de continuar a missão, cá e lá. Lá onde for precisa.
    Depois da Via Crucis seguiram-se momentos de convívio dentro e fora do grupo, entre danças, canções e comboios internacionais. E daí, de alma enriquecida e coração cheio, seguimos viagem até "casa". Mesmo com o cansaço, os nervos à flor da pele, estradas cortadas e mapas na mão, chegamos todos, juntos.

Comentários