Casa Claret 2014 - 28 de Agosto de 2014

    Já me tinha esquecido de como custava tanto a despedida. Última manhã em Batepá. Pus a música a tocar e, de repente, vejo um mar de pequenos humanos a correrem felizes pelo recinto do santuário para virem dançar.
Durante as coreografias fui olhando para eles e pensava para mim quando é que voltaria a ver aqueles olhares e sorrisos inesquecíveis. Há 2 anos escrevia na música: "Esquecer um sorriso é mais difícil que deixar um lugar" e é verdade. Deixar todos eles custa muito! Mas lá me consegui abstrair por momentos de tudo isto para fazermos as entregas. O método das senhas é horrível! Há miúdos que, como não puderam vir naquele dia, ficaram sem presentes, e até tinham sobrado kits. Mas há coisas que não consigo perceber...
    Consegui despedir-me de alguns miúdos mais chegados, do meu pequeno Charles, da Esménia e da Paula e Jessy. Há pessoas que vão deixar saudades e elas são algumas dessas pessoas. Lá entrei na carrinha e, quando já estávamos longe, deixei as lágrimas escorrerem pela face. O adeus, por mais que seja um até já, custa muito! É saberes que vais embora e aquela gente vai voltar ao que era e tu não os podes proteger nem ajudar porque estás longe.




    De tarde, após uma ida ao picapau para o último artesanato, fui com o Pedro a Batepá para tirar as fotos aos grupos corais, como ficou combinado com o Pe. Domingos. Lá, despedi-me da D. Augusta. Entre o "Minha Joaninha, vou ter saudades!", chamou-me "filha Joana", o que me deixou sem palavras, uma vez mais. É das pessoas que mais admiro cá, por todo o trabalho que faz no santuário. Também lá estava a Nayze e a Lady para se despedirem de nós e lá tiramos umas fotos. Batepá vai mesmo deixar saudades!






    Já ao fim da tarde, após o banho, fui com a Ana assistir ao hastear da bandeira aqui na Trindade, para a festa da Nossa Senhora da Nazaré. Ficamos surpreendidas porque a comunidade se uniu em redor da bandeira, para a ver ser benzida. Antes de hastear e depois de benzida a bandeira, todos a beijaram. Quando questionei o Van Persie sobre o porque de beijarem a bandeira, disse-me que é um ritual do país e algo sagrado, como forma de continuarem a dar o seu «sim» a Deus e a Nossa Senhora.
    Quanto ao jantar, foi diferente. Fomos jantar a casa dos Missionários Claretianos, na Madredeus. Frango! Comemos frango! Com batatas e arroz! Foi um bom momento de convívio e partilha, com alegria e música, em grande espírito de família claretiana.

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