Casa Claret 2014 - 24 de Agosto de 2014

    Festa de Nossa Senhora Peregrina, em Batepá. O dia em que percebemos que tudo está a terminar. Eu gostei muito da celebração hoje. Sempre alegre e bem trabalhada pela comunidade.
No alto, algo inédito: 4 brancos e um cá em baixo (D. Manuel António - bispo de STP, João Luís, Frei Fernando ventura, Pde. Domingos e o Diácono de Tui). O ofertório soleno foi, mais uma vez, algo fora do comum. Uma fila enorme de pessoas que ofereciam tudo o que tinham a Deus, desde bananas aos tachos com o almoço, até às frutas e ao vinho de palma. É incrível como esta gente tem tão pouco e, mesmo assim, dão tudo o que têm sem hesitar. Como o Mário diz, faz-nos sentir egoístas. Geralmente, nós só damos o que já não queremos, o que representa uma pequena parte daquilo que temos. É pensar exatamente na história da viúva que deu tudo o que tinha (povo santomense) e nos ricos que deitaram apenas o que lhes sobrava (nós).
    Mas o momento que me fez desabar em lágrimas foi o Pai Nosso. Toda a igreja deu as mãos e, balançando de um lado para o outro, cantava e rezava a oração que Deus nos ensinou. Aqui tudo é genuíno e, sem vergonhas, gritam alto que amam a Deus. Não consegui controlar as lágrimas e, olhando para a cruz, só conseguia agradecer a Deus por tudo o que foi vivido este mês: todos os sorrisos, abraços, olhares e vidas partilhadas. Saudades! Saudades é o que já sinto e ainda nem fui embora.
    Voltar é a certeza e o até já fica prometida para quando Tu o permitires. No abraço da paz, ao abraçar cada membro do grupo, não conseguíamos controlar as lágrimas. Mais do que um grupo e comunidade, vivemos em família. Demo-nos a conhecer, criamos laços, construímos amizades. Isto deixa marca!
    No fim da celebração, a habitual procissão em que, a pegar no andor da Nossa Senhora Peregrina, íamos nós e a Filipa do GasTagus. Sentir as dores no ombro (não existem almofadas de apoio) e as dificuldades de o carregar por caminhos incertos, só me deu mais força para avançar e dar o meu sim com mais certeza, tal como Maria o deu. Aí, foi notório o espírito de grupo. Sempre preocupados uns com os outros, a abrir caminho, a arrumar pedras para o lado e a auxiliar a suportar o peso do andor quando necessário. Como tal, obrigada a Ti e a Maria por tornarem tudo isto possível!
    Para terminar o dia, fomos ao Gelidoxi comer um gelado. Gelado de coco e iogurte grego. Tão bom! Depois da cachupa no almoço em Batepá, ao som de uma banda tipicamente africana, só mesmo um gelado para terminar o dia. Após o jantar, spot habitual: varanda com o Mário. Falar com os familiares, com a velocidade a que a internet permite, e matar saudades de quem nos é especial. Sabe sempre bem ouvir a voz e falar por mensagem com quem nos é tudo.




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