Casa Claret 2014 - 19 de Agosto de 2014

    Hoje o dia foi bastante marcante para mim. Em Batepá, de manhã, fiquei de coração cheio e lágrima no canto do olho. Primeiramente, derreti-me com um pequenino de 3 meses, o Charles.
Ele estava ao colo da mãe, e percebendo que ela queria ir divertir-se nas atividades, perguntei-lhe se queria que pegasse no bebé. Ela disse-me que sim e eu fiquei responsável por cuidar do seu «tesouro», como ela carinhosamente lhe chama.
    A mãe do Charles, é uma jovem de 20 anos, que teve o seu primeiro filho há 3 meses. Contava-me ela que o teve de parto normal, com um trabalho de parto das 2h às 21h18, sem que lhe tivesse sido dada qualquer medicação para as dores. Contou-me também que ainda namora com o pai do Charles e que ele dá tudo o que é preciso ao filho, daí ela não sentir dificuldades nesse sentido.
    Também estive à conversa com a Paula, uma jovem de 17 anos que pretende entrar em Medicina em Cuba e que tem uma mentalidade ocidental. Contou-me que, para além da mãe dela, o pai tem mais 3 mulheres. Além disso, ela conhece os irmãos que tem, filhos dessas mulheres. Contudo, diz zangar-se com o pai porque afirma: "Não é homem porque não sabe ter apenas uma mulher." Ela diz mesmo que quer um homem que seja só dela, mas que para ser santomense é difícil, pois são todos mulherengos.
    Outro momento que me marcou imenso foi quando a D. Augusta fez questão de irmos conhecer a sua casa e roça porque "se não a Joaninha vai embora sem ver a minha casa." Esta senhora é fantástica e deixa-me sempre de lágrima no canto do olho. Tem-me dito imensas vezes que tinha muitas saudades minhas e que quer muito que eu volte com namorado, depois marido e depois filhos.
    A casa da D. Augusta é simples e humilde. Uma pequena casa de madeira, azul, onde se pode ler à entrada «Se vem em paz, bem-vindo.» É uma casa tipicamente santomense, mas que se percebe ser tratada com cuidado e amor. Ao lado, a roça, como ela lhe chama, é enorme e tem imenso cacau. Com todo o carinho, ofereceu-nos abóbora e cacau. Rapidamente lhe dei um forte abraço e lhe disse o quanto gosto dela.
    Sem dúvida que o melhor que levamos deste mês são as pessoas. Pessoas que deixam a sua marca na nossa vida e que, em apenas um mês, conseguimos fazer a diferença nas suas vidas.



Comentários

  1. Obrigada por tudo que fazes pelas crianças e idosos.tenho uma neta de 6 meses que é o meu mundo ,e mãe com 99 anos a quem dou muito mimo como tu fases não te câmara de fazer o bem.

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