Dia 4 - Feridas (20/07/2015)

    Acordo e penso: «É hoje! A ponte da amizade é hoje!» Motivada e animada, lá vou eu rumo a Góian (Espanha). A hora de silêncio leva-nos a pensar na nossa mochila interior, e a minha está carregada de medos e dúvidas.
    Quem sou eu? É uma excelente pergunta para refletir de madrugada, enquanto o sol acorda e a lua adormece. Quem sou? Sou amiga, carinhosa, divertida, super faladora, lutadora, corajosa e apaixonada pela vida. Sou filha de um casal incrível, que me apoia incondicionalmente em tudo, e tenho um irmão que amo, apesar de nos darmos como cão e gato. Foi assim que respondi a esta pergunta hoje de manhã. Contudo, sou alguém que necessita de parar e pensar o que fazer da vida.
    A etapa de hoje foi dura. Mais psicologicamente que fisicamente. O nosso ritmo hoje foi lento e demoramos muito a chegar. Quando entramos na ponte da amizade (ponte que nos leva a Góian) lembro-me de pensar: «É já ali!» Mas quanto mais andava, mais a reta me parecia não ter fim. E, depois dessa reta, mais  uma reta. Eu comentava com o Tiago que o meu desejo naquele momento era ver o Óscar, porque o cansaço já falava mais alto. E, após uns km, abracei o Óscar. Mais uma etapa, mais uma vitória!
    Mais tarde, na celebração eucarística, o Eguione e o Jorge pedem-nos para partilhar no pequeno grupo as nossas feridas. Eu sou APJ do grupo 1 - São Pedro. Não há dúvidas de que este é o caminho deles. Mas, para mim, um bom APJ é aquele que, acima de animador, é companheiro e vive a experiência com o grupo. Nesse momento senti que o grupo se abria e partilhava coisas pessoais. Coisas que só partilhas com alguém em quem confias. É difícil falar do que nos magoa. No meu caso, dói saber que dou tudo de mim e, por vezes, as pessoas duvidam daquilo que sou ou brincam comigo como se eu não tivesse sentimentos. Esta é a minha maior ferida e tinha de a partilhar para poder avançar no caminho. E sim, estou muito orgulhosa do meu grupo, porque começam a ser um verdadeiro grupo.
    Como é óbvio, as lágrimas apareceram, mas não há feridas maiores que a vontade de seguir em frente. Até porque se dói, é sinal que estás vivo!









    Despierto y pienso: «Hoy es el día! Hoy es el día de la puente de la amistad!» Motivada y animada me pongo en marcha hasta Góian. La hora de silencio nos invita a pensar en nuestra mochila interior y la mia está llena de miedos y inseguridades.
     Quien soy yo? Es una buena pregunta para piensar en la madrugada, encuanto el sol despierta y la lluna se queda dormida. Quien soy yo? Soy amiga, cariñosa, divertida, hablo mucho, luchadora, llena de coraje y apasionada por la vida. Soy hija de una pareja increíble, que me apoya incondicionalmente en todo, y tengo un hermano que amo, mismo que seamos perro y gato. Esta fue mí respuesta esta mañana. Pero soy también alguién que necesita parar y pensar en su vida.
    La etapa de hoy fue dura. Más psicologicamente que fisicamente. Nuestro ritmo fue muy lento y demoramos mucho tiempo a llegar. Cuando estava en la puente de la amistad, me acuerdo de pensar: «Estamos casi en Góian.» Pero cuanto más caminava más la reta no tenia fín. E despues de esa reta, otra reta. Decia yo a Tiago que solo queria ver a Óscar porque el cansancio hablava más alto ya. Despues de unos kms, abrazé Óscar. Una etapa más, una vitória más!
    Más tarde, en la celebración de la eucaristía, Eguione y Jorge pediran para compartir en pequeños grupos nuestras heridas. Yo soy APJ del grupo 1 - San Pedro. No hay dudas de que este es el camino de estos chicos. Pero, en mí opinión, un buen APJ es quien, más que animador, vive la experiencia del camino con su grupo. En ese momento sentia que mí grupo compartia cosas muy personales. Cosas que solo compartes con alguién en quien confias. Esto porque es difícil hablar de lo que te hace daño, de lo que te duele. En mi caso, duelo saber que siempre doy todo de mí y, por veces, las personas tienen dudas de lo que soy. Esta es mi mayor herida y tenia que compartir esto con mí grupo para conseguir avanzar en el camino. Y sí, estoy llena de orgullo de mis niños! Comienzan a ser un verdadero grupo.
    Claro que lloramos (más las chicas, verdad?), pero no hay heridas mayores que nuestra voluntad de seguir adelante. Porque si te duele es porque estás vivo!

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